A recente edição do estudo “Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2025”, da ABES em parceria com a IDC, mostrou que os investimentos em TI e Desenvolvimento de Software no país cresceram 13,9% em 2024, alcançando US$ 58,6 bilhões. O número consolida o Brasil como a 10ª maior economia global no setor e o líder absoluto na América Latina.
Apesar do cenário otimista, os desafios de execução ainda são grandes. Segundo o Standish Group, 59% dos projetos tradicionais (modelo waterfall) falham, enquanto métodos ágeis apresentam taxas bem mais baixas: apenas 9% de falha, com 42% de sucesso comprovado. A diferença está na forma como as empresas organizam seu desenvolvimento – desde o planejamento técnico até os testes e a escalabilidade.
Neste guia, vamos descomplicar o Desenvolvimento de Software: da arquitetura à cultura DevSecOps, das boas práticas ao uso de IA e ferramentas low-code. Continue a leitura para entender como o desenvolvimento pode ser um diferencial competitivo real para a sua empresa.
Desenvolvimento de Software nas empresas: o que é e por que é estratégico
Desenvolvimento de Software é o processo de criação, construção e manutenção de aplicações que resolvem problemas reais, seja por meio de sistemas internos, produtos digitais, APIs ou ferramentas integradas ao negócio. Se formos pensar no impacto real, desenvolver software é tomar decisões técnicas que estejam alinhadas aos objetivos da organização.
Nos últimos anos, o papel do software se tornou ainda mais importante e estratégico: ele não apenas sustenta operações, mas atua como diferencial competitivo. Isso porque um software personalizado otimiza fluxos, melhorando a experiência do cliente e ampliando a capacidade de escalar com segurança.
Quando falamos de desenvolvimento de software para empresas, falamos de soluções sob medida – ou seja, desenhadas para atender a contextos específicos de negócio, em vez de depender de ferramentas genéricas e engessadas. Mas, é claro, a escolha entre um produto pronto e um software personalizado envolve fatores como a análise de custo-benefício, integração com sistemas legados, nível de segurança exigido e a velocidade com que o negócio precisa evoluir.
Quando a empresa opta por investir em um software sob medida, consegue:
- Aumentar a eficiência dos times operacionais;
- Garantir a segurança e a governança de dados desde a origem;
- Automatizar processos de forma contínua e evolutiva;
- Reduzir custos de longo prazo com retrabalho e adaptações.
Na prática, optar por um desenvolvimento de software personalizado é sinônimo de construir uma base tecnológica pensada para escalar – algo que se torna essencial para empresas que estão crescendo ou digitalizando seus processos internos. E para isso, é preciso ir além da codificação: é preciso alinhar produto, arquitetura, time e estratégia.
Mas, para que esse impacto seja de fato percebido pelas empresas, é fundamental entender como funciona a cadeia de desenvolvimento, desde o planejamento inicial até a manutenção e a escalabilidade de uma solução.
Como funciona o ciclo de vida de uma aplicação
O Desenvolvimento de Software raramente é um processo linear. Em vez disso, ele segue um ciclo evolutivo que começa com um produto mínimo viável (MVP) e avança em direção a uma solução robusta, escalável e sustentável. Entender como funciona esse ciclo é fundamental para alinhar expectativas, evitar retrabalho e garantir que o software acompanhe as mudanças do negócio ao longo do tempo.
MVP – O ponto de partida
Sigla para Minimum Viable Product, o MVP é a primeira versão funcional de um software. Ela é criada com o mínimo necessário para validar a proposta de valor da aplicação; com isso, é possível colocá-la no ar rapidamente, testar hipóteses e aprender com o uso total. É nesse estágio que as decisões estratégicas são tomadas e, quanto mais rápido for o ciclo de aprendizado, melhor.
Evolução contínua e expansão de funcionalidades
Depois da validação inicial, o produto entra numa fase de evolução constante: novas funcionalidades são adicionadas com base em feedbacks, métricas e prioridades de negócio. Aqui é a etapa em que o time começa a refinar o produto, melhorar a experiência e responder às necessidades reais dos usuários.
Refatoração para manter a qualidade do código
Com o tempo, a base de código tende a crescer – e, se não for cuidada, pode se tornar difícil de manter. A refatoração é o processo de reestruturar partes do código sem alterar seu funcionamento. Isso garante legibilidade, facilita futuras modificações e evita o chamado “débito técnico”.
Ajustes na arquitetura e preparação para escalar
À medida que o sistema cresce, ele precisa de uma arquitetura mais robusta, capaz de suportar o aumento de usuários, dados e integrações sem comprometer o desempenho. Isso exige decisões técnicas bem fundamentadas, uso estratégico de ferramentas e um olhar atento para escalabilidade de software – ou seja, a capacidade do sistema continuar performando mesmo com mais carga, funcionalidades e complexidade.
Arquiteturas baseadas em microsserviços, uso de cache inteligente (como Redis) e estratégias de escalonamento elástico ajudam a manter a estabilidade à medida que a aplicação evolui. Pensar nisso desde o início evita gargalos, reduz retrabalho e permite que o software cresça junto com o negócio. Tudo isso, sem travar o time nem frustrar quem está usando.
Manutenção evolutiva como estratégia de longo prazo
Diferente da manutenção corretiva, que foca em resolver falhas, a manutenção evolutiva antecipa demandas e adapta o sistema ao futuro. Ela envolve atualizações planejadas, melhorias técnicas, reavaliação de integrações e suporte à escalabilidade. É o que permite que um software se mantenha útil, seguro e aderente às novas necessidades do negócio, mesmo anos após seu lançamento.
Equipes ágeis e organização do trabalho
Engana-se quem pensa que o sucesso de um software depende apenas de boas decisões técnicas. Na verdade, ele passa diretamente pela forma como o trabalho é organizado e pelas pessoas que o executam. Nos últimos anos, times que adotam metodologias ágeis vêm se destacando: de acordo com o CHAOS Report do Standish Group, projetos ágeis apresentam mais que o triplo de chances de sucesso em comparação com métodos tradicionais como o waterfall.
Esse desempenho está diretamente ligado à estrutura das equipes. Cada vez mais empresas operam com squads ágeis: times enxutos e multidisciplinares, que contam com autonomia para planejar, desenvolver e evoluir produtos de ponta a ponta. Com ele, é possível ter ciclos curtos, entregas frequentes e um alinhamento mais próximo com os objetivos do negócio.
Para funcionar bem, os squads se apoiam em cerimônias como dailys, plannings, reviews e retrospectivas, que ajudam a manter o foco e a resolver impedimentos de forma rápida. Porém, para além da estrutura, a clareza de papéis também faz diferença: entender a diferença entre Scrum Master e Project Manager é essencial para definir responsabilidades e garantir que as entregas caminhem com fluidez, especialmente em projetos mais complexos de tecnologia.
Além disso, outro ponto importante é a aplicação prática das metodologias ágeis. Embora o Scrum seja o framework mais adotado, com suas sprints, cerimônias e papéis bem definidos, ele não é o único caminho. Abordagens como Kanban, XP e Scrumban também são possibilidades, cada uma com a sua particularidade. Quando bem implementadas, essas metodologias ajudam a reduzir retrabalho, acelerar entregas e melhorar a qualidade técnica sem perder o ritmo.
Arquitetura, estrutura e boas práticas de código
Quando o assunto é Desenvolvimento de Software, boas decisões técnicas não começam no código, mas sim na arquitetura. É a estrutura por trás de um software que define se ele vai ser sustentável a longo prazo ou virar um sistema frágil, difícil de manter e de escalar. Por isso, antes mesmo de pensar em funcionalidades, é fundamental estabelecer fundamentos sólidos de arquitetura, organização e estilo de código.
Arquitetura de software como ponto de partida
A arquitetura de software é o esqueleto de qualquer aplicação. Ela define como os componentes se relacionam, como os dados circulam e onde estão os pontos críticos de performance e segurança. Um bom projeto arquitetural antecipa gargalos e orienta decisões técnicas futuras – da escolha da stack ao tipo de deploy.
Soluções baseadas em microsserviços, arquitetura orientada a eventos ou cloud-native têm ganhado destaque por permitirem flexibilidade e escalabilidade, principalmente em contextos com times ágeis e demandas voláteis. O importante não é escolher a “melhor arquitetura”, mas sim a mais adequada ao momento, ao time e ao produto.
Estruturas de dados e design orientado à manutenção
Por mais que a gente fale de Inteligência Artificial, frameworks ou automações, as estruturas de dados ainda são o coração do Desenvolvimento de Software. São elas que garantem que a aplicação funcione de forma eficiente, segura e escalável, especialmente em projetos que lidam com grandes volumes de informação ou processos críticos.
Além disso, os princípios SOLID ajudam a manter o código mais modular, legível e fácil de testar. São cinco diretrizes simples, mas poderosas, para evitar acoplamento excessivo, reduzir dependências desnecessárias e permitir evolução sem quebra.
Clean code e documentação: o que não dá para deixar para depois
Manter um código limpo não é só uma questão de estética; é sobre clareza, manutenção e comunicação entre pessoas desenvolvedoras. Um código legível reduz o tempo de onboarding, facilita revisões e ajuda a prevenir bugs. O conceito de clean code propõe que cada parte da aplicação seja simples de entender e fácil de modificar, mesmo depois de meses (ou anos).
Do mesmo modo, uma documentação técnica bem feita não deve ser encarada como etapa extra, mas como parte essencial do processo. Documentar decisões, fluxos e APIs com clareza economiza tempo, reduz ruídos entre times e apoia a escalabilidade do sistema com segurança.
Testes, automação e segurança desde o início
Se antes o foco estava apenas em escrever um código que “funciona”, hoje o cenário é mais exigente: um software precisa funcionar, escalar, ser seguro e fácil de manter. Por isso, qualidade, segurança e automação deixaram de ser tarefas de fim de linha para se tornarem parte central do desenvolvimento moderno.
Testes automatizados como parte da entrega
Garantir que o sistema esteja funcionando não pode depender só de testes manuais. Testes automatizados são fundamentais para validar comportamentos esperados, prevenir bugs e reduzir o retrabalho. Além de darem mais segurança a cada entrega, eles ajudam o time a manter confiança no código – especialmente em ciclos de desenvolvimento rápidos e iterativos.
Com uma boa suíte de testes, é possível implantar novas funcionalidades com agilidade e muito menos risco. E quanto mais cedo os testes entram no fluxo, mais impacto eles têm.
Segurança integrada ao fluxo de desenvolvimento
A preocupação com segurança não pode ficar restrita ao deploy. Com a adoção de metodologias ágeis e pipelines automatizados, surgiu a necessidade de incluir a segurança desde o início do desenvolvimento, o que deu origem à cultura DevSecOps.
Essa abordagem integra boas práticas de segurança diretamente nos processos de CI/CD, ajudando a identificar falhas mais cedo e a manter compliance sem travar as entregas. Se quiser entender por que essa conversa precisa acontecer desde o início, vale conferir como o movimento de Vibe Coding trouxe o tema à tona de forma leve, mas estratégica.
Automação com GitHub Actions e controle via CLI
Automatizar tarefas repetitivas é uma das formas mais eficazes de ganhar produtividade e reduzir erros. Ferramentas como GitHub Actions permitem configurar workflows que disparam testes, builds e deploys automaticamente, economizando tempo e padronizando entregas.
O uso da linha de comando (CLI) também tem ganhado força como forma de dar mais controle e flexibilidade às equipes técnicas. Um bom exemplo disso está nas práticas aplicadas com Supabase, que ajudam a manter segurança e organização mesmo em ambientes de desenvolvimento mais dinâmicos – como mostramos no artigo sobre como usar Supabase via CLI com mais controle.
Containers e o papel de ferramentas como Docker no dia a dia
O uso de containers se consolidou como padrão em projetos modernos por facilitar a portabilidade, o versionamento e o isolamento de aplicações. Ferramentas como Docker, Podman e Containerd permitem empacotar tudo o que a aplicação precisa para rodar (sistema, bibliotecas e configurações) em um ambiente único e replicável.
Esse tipo de abordagem evita o famoso “na minha máquina funciona” e garante consistência entre ambientes de desenvolvimento de software, homologação e produção. Além disso, contribui para que o software seja mais fácil de escalar, monitorar e manter. Entre as opções disponíveis, o Docker segue como uma das mais utilizadas no mercado, com grande suporte da comunidade e ampla integração com ferramentas de CI/CD.
Desenvolvimento de APIs, gerenciamento de estado e frameworks no dia a dia
A integração entre sistemas é parte essencial do desenvolvimento moderno. Em vez de construir tudo do zero, as equipes hoje conectam serviços, trocam dados e constroem soluções distribuídas – o que torna o domínio de APIs uma competência crítica.
APIs bem estruturadas sustentam aplicações robustas
APIs bem definidas garantem que diferentes partes do sistema (ou mesmo sistemas distintos) conversem com segurança, clareza e estabilidade. Para isso, é essencial contar com boas práticas de autenticação, versionamento e documentação, além de decisões alinhadas com o propósito da aplicação. O uso consistente de padrões como REST ou GraphQL facilita a manutenção e amplia as possibilidades de integração entre produtos, canais e parceiros.
Gerenciar estado = Garantir previsibilidade
No front-end, gerenciar estado – ou seja, o controle das informações que determinam o comportamento e a interface de uma aplicação ao longo do tempo – com eficiência é o que separa um código estável de uma cascata de bugs. Soluções nativas como Context API no React ajudam a compartilhar dados entre componentes sem acoplamento excessivo, especialmente em aplicações com múltiplas camadas. Quando bem aplicadas, essas abordagens mantêm a previsibilidade da interface e reduzem a complexidade de manutenção.
Frameworks e bibliotecas que impulsionam a entrega
O uso de frameworks consolidados reduz o tempo de desenvolvimento e aumenta a confiabilidade das entregas. No front, React segue como uma das escolhas mais populares para construção de interfaces dinâmicas – especialmente em aplicações baseadas em SPA, com navegação fluida e sem recarregamento. Já no back-end, Python se destaca pela clareza da sintaxe e pela variedade de bibliotecas que atendem desde automações simples até projetos de Ciência de Dados e Machine Learning.
Linguagens de programação, low-code e IA no futuro do Desenvolvimento de Software
Assim como tudo na tecnologia, o ecossistema de Desenvolvimento de Software evolui rápido. Nesse sentido, acompanhar as principais linguagens de programação, ferramentas emergentes e novas abordagens é o que mantém as equipes competitivas e preparadas para inovar.
Linguagens que seguem em alta (e outras que ganham força)
Entre as linguagens mais utilizadas, nomes como Python, JavaScript, TypeScript e Kotlin continuam liderando projetos em diversas frentes – do back-end à análise de dados. Outras, como Go e Rust, vêm ganhando espaço pela combinação de desempenho e segurança, enquanto Elixir, Dart e Julia aparecem com propostas mais específicas, mas cada vez mais relevantes. Um bom termômetro sobre esse cenário é a nossa lista das tendências em Desenvolvimento de Software para acompanhar este ano, que mostra tanto a consolidação de líderes quanto o crescimento de novas apostas.
Agilidade com low-code e inteligência com IA
Ferramentas low-code e no-code estão deixando de ser exclusividade de times não técnicos e ganhando espaço em squads de produto como forma de acelerar entregas e validar hipóteses. Em paralelo, o uso de IA no desenvolvimento de software se fortalece como vantagem competitiva real: desde a geração de código e testes até a documentação e a revisão automatizada.
Ao integrar essas tecnologias de forma responsável, times conseguem reduzir esforço manual, eliminar gargalos e liberar mais tempo para decisões estratégicas — como já vem acontecendo em empresas que aplicam IA com foco em produtividade e segurança no ciclo de desenvolvimento.
Como a BIX atua com Desenvolvimento de Software personalizado
Na BIX Tecnologia, o Desenvolvimento de Software não segue fórmulas prontas. Cada projeto é pensado a partir da realidade da organização, com soluções sob medida que combinam estratégia, tecnologia e dados desde o início.
Contamos com uma estrutura técnica completa para atender todas as etapas do ciclo de desenvolvimento:
- Backend Development: foco na lógica de negócio, performance e segurança, com APIs escaláveis, bancos de dados otimizados e integrações robustas.
- Frontend Development: desenvolvimento de interfaces web e mobile com foco em usabilidade, performance e experiência do usuário.
- DevOps: automação de infraestrutura, CI/CD, monitoramento e práticas de segurança embarcadas desde a implantação.
- Quality Assurance: testes automatizados, rastreamento de bugs e validação contínua para garantir confiabilidade e aderência aos requisitos.
- UI/UX Design: pesquisa, prototipação e design centrado no usuário para garantir fluidez e coerência em todas as interações.
Nosso papel é resolver problemas reais, com soluções pensadas para escalar, integrar com dados, automatizar processos e gerar valor para o negócio.
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