O que você precisa saber sobre governança de dados

Conteúdos deste artigo:

*Atualizado em 29 de julho de 2024

Em linhas gerais, a governança de dados envolve o conjunto de boas práticas e ações que garantem a segurança, a privacidade e as boas condições dos dados de uma organização. E essa preocupação com os dados já vem antes mesmo da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrar em vigor. Um caso que pode ilustrar esse cuidado é o acesso a dados bancários: mesmo antes da normativa, nem todos os funcionários do seu banco podiam ter acesso ao seu saldo, por exemplo.

Contudo, a partir da efetiva implementação da LGPD no Brasil, em 2021, a governança de dados passou a se tornar ainda mais relevante para as organizações como um todo. Isso porque, a partir do momento em que surge uma normativa que olha para esse tema com maior rigor, torna-se ainda maior a necessidade das empresas levarem a sério o uso dos dados – afinal, organizações que não seguem à risca as normativas impostas pela LGPD podem sofrer com sanções.

Mas será que a governança de dados se resume apenas à aplicação da LGPD? Adotar esse tipo de postura, de fato, transforma a cultura organizacional de dados da sua organização? É o que você vai descobrir neste texto! Continue a leitura e saiba mais.

Ou, se preferir, na Semana de Dados 2022, realizamos uma mesa-redonda sobre o tema! Clique e assista a seguir:

Mesa sobre Governança de Dados na Semana de Dados 2022

O que é governança de dados?

Como já mencionado no início do texto, a governança de dados consiste em atitudes que assegurem que os dados de uma empresa sejam mantidos em segurança, privados e em boas condições. É essa área que assegura que o uso seja feito da melhor maneira possível e que vai garantir quem pode acessar cada tipo de dado – você se lembra do exemplo dos dados bancários? Ou seja, pode-se dizer que estamos falando de um tema ligado à estrutura e às pessoas que compõem uma organização.

Também é um atributo da governança de dados a conformidade das políticas internas de dados com normativas de outras partes interessadas no assunto, como órgãos governamentais, associações e outras instituições. Pode-se dizer, portanto, que é através dessas boas práticas que as regras são seguidas dentro das organizações.

Existe um grande guarda-chuva da governança de dados que engloba uma série de ações. São algumas delas:

  • A unificação de base de dados;
  • A gestão da qualidade dos dados;
  • A adequação dos processos empresariais dentro da LGPD;
  • Gestão da documentação e conteúdo;
  • A promoção da cultura de dados – também chamada de cultura data-driven.

Além disso, uma boa estrutura de governança de dados também deve envolver métricas de sucesso, bem como manter todas as informações devidamente estruturadas e documentadas para garantir a compreensão de todos os membros da organização – tanto os colaboradores atuais, quanto os que estão para entrar na empresa. Assim, torna-se mais fácil garantir que a estrutura de dados permaneça funcionando da maneira correta mesmo que as equipes mudem.

É importante ressaltar que a governança de dados abrange mais do que apenas a administração e gerenciamento dos dados; ela fornece a estrutura e a orientação necessárias para as diversas estratégias de gerenciamento de dados e informações dentro da empresa.

Quem é responsável pela governança de dados?

Isso pode variar de acordo com a empresa. Contudo, a responsabilidade geralmente é compartilhada entre setores como TI, negócios, jurídico e compliance. Algumas organizações contam com uma equipe com dedicação exclusiva à governança de dados; desse modo, é possível garantir que todas as atribuições sejam definidas e implementadas. Porém, deixamos claro que, mesmo em casos onde há um time dedicado à governança, essa é uma responsabilidade coletiva.

Confira as principais atribuições envolvidas na governança de dados:

Cargo Atribuições
Proprietários de dados São responsáveis por um conjunto de dados específico dentro da organização. Além disso, garantem a precisão e a atualização dos dados e certificam-se de que os dados estão em conformidade com as regulamentações e políticas internas da organização.
Gerentes de dados Coordenam, desenvolvem e implementam estratégias e atividades de governança de dados. Também garantem que os processos sejam seguidos de forma correta.
Analistas de governança de dados Analisam e monitoram os processos de governança de dados. Fazem análises para identificar inconsistências, erros e oportunidades de melhoria.
Curadores de dados Mantêm e organizam os dados de forma que facilite seu acesso e utilização. Além disso, auxiliam a garantir que os dados sejam de alta qualidade e que atendam aos padrões estabelecidos.
Comitê de governança de dados Grupo interdisciplinar que supervisiona a implementação e a conformidade. Avalia riscos, monitora o desempenho das iniciativas de governança de dados da organização e faz ajustes quando necessário.

Quais as principais vantagens da governança de dados?

Até aqui, você já deve ter entendido que uma boa estrutura de governança de dados traz vários benefícios à sua organização. Mas vamos entender essa questão mais a fundo? Confira!

Boa governança de dados = melhor tomada de decisões

Imagine o seguinte cenário: você tem um compromisso muito importante e precisa decidir com qual roupa irá a esse evento. Fica mais fácil decidir qual roupa utilizar quando seu armário está desorganizado e sem categorias de roupas definidas ou quando ele está organizado criteriosamente?

A mesma lógica se aplica aos dados. Com uma estrutura de governança, os colaboradores conseguem pegar os dados necessários para alcançar determinado objetivo de maneira mais simples e tomar decisões mais favoráveis. Além disso, a tomada de decisão por si só será mais assertiva e confiável, pois as informações terão mais credibilidade.

Os clientes têm maior confiança na sua organização

A cultura data-driven como um todo é um tema cada vez mais relevante, e não apenas por ajudar na tomada de decisões internas. Organizações com uma estrutura sólida de dados são bem-vistas pelo mercado – e a mesma visão ocorre quando há uma boa governança de dados, ainda mais em tempos de LGPD.

Quando a sua empresa segue protocolos bem definidos em relação aos dados, isso acaba gerando confiança por parte de potenciais clientes, uma vez que demonstra que a sua empresa irá levar a sério e proteger dados confidenciais.

Os dados se tornam mais acessíveis às equipes

Como já falamos anteriormente, quando a estrutura de governança de dados é eficiente, isso proporciona um maior acesso aos dados por parte dos funcionários da sua organização. Mas não para por aí: a governança de dados permite que cada colaborador tenha acesso ao dado que realmente lhe interessa.

Vamos supor que você trabalha no setor de marketing de uma empresa de varejo e precisa conferir um dado específico para gerar insights para a campanha da nova coleção primavera/verão. Se você consegue acessar esse dado diretamente, sem precisar recorrer a diversos colegas, todo o processo irá fluir melhor, certo? A governança de dados permite essa maior facilidade.

Por que é importante olhar para a governança de dados da minha empresa?

A resposta para essa pergunta é simples: porque empresas que se preocupam com a governança de dados estão um passo à frente das demais para se tornarem organizações data-driven. Quando bem feita, essa estrutura auxilia as instituições a gerenciar seus dados da maneira mais eficiente possível, e ajuda a manter organizados os processos de uso de novos dados. 

Além disso, possuir uma boa estrutura de governança de dados ajuda a identificar os proprietários daqueles dados, bem como melhora sua disponibilidade, auxilia na busca por eles e também facilita a chamada alfabetização de dados ou data literacy.

Principais desafios da governança de dados

Uma estrutura de governança de dados é fundamental para garantir a integridade, segurança e conformidade das informações dentro da sua organização. Contudo, várias dificuldades podem surgir ao implementar essas práticas. Vamos abordar os principais desafios a seguir.

Segurança dos dados

Com o aumento das ameaças cibernéticas, vem junto a preocupação com a segurança dos dados. Nesse sentido, as empresas devem proteger seus dados contra acessos não autorizados, violações e ataques. Afinal de contas, falhas na segurança podem resultar em perda de dados sensíveis, bem como danos à reputação da empresa.

Portanto, é essencial contar com medidas robustas que garantem a segurança, como a criptografia, o controle de acesso e o monitoramento constante de atividades suspeitas.

Alto volume de informações

Com o crescimento exponencial do volume de dados, é importante garantir o gerenciamento adequado dessa quantidade toda de informações geradas. Para isso, é imprescindível contar com sistemas eficientes de armazenamento e processamento. Além disso, é necessário garantir a qualidade e a integridade desse alto volume de dados – o que pode ser um desafio significativo.

Descentralização de informações

Ocorre quando as informações estão espalhadas por diversos sistemas, departamentos e locais. Essa fragmentação dificulta a criação de uma visão unificada dos dados e pode resultar em inconsistências e redundâncias. Nesse sentido, é fundamental contar com uma estratégia de integração ou centralização dos dados.

Não-conformidade com regulamentações

Regulamentações como a LGPD estabelecem diretrizes rigorosas sobre como os dados devem ser coletados, armazenados e utilizados. Não estar em conformidade com essas regulamentações pode resultar em multas severas e penalidades legais. Ou seja, é preciso desenvolver políticas e procedimentos claros para garantir que estão em conformidade com todas as leis aplicáveis.

Falta de profissionais

Anteriormente, falamos um pouco sobre os cargos relacionados à governança de dados. Lá, você deve ter entendido que essa estratégia depende de profissionais qualificados que compreendam as melhores práticas. No entanto, há uma escassez de especialistas no mercado. Investir em treinamento e desenvolvimento de equipes pode ajudar a mitigar esse problema, mas encontrar e reter esse tipo de talento ainda é um desafio.

Mau gerenciamento de dados

Um gerenciamento inadequado dos dados pode levar a problemas como dados duplicados, desatualizados ou incorretos. Consequentemente, isso impacta de forma negativa a tomada de decisões e eficiência operacional. Implementar práticas rigorosas de gerenciamento de dados, incluindo limpeza e validação regular, é essencial para manter a qualidade dos dados.

Permissões de acesso aos dados

Gerenciar quem tem acesso a quais dados é fundamental para proteger informações sensíveis. No entanto, definir e manter permissões de acesso pode ser complexo, especialmente em grandes organizações com muitos usuários e sistemas. É necessário um sistema robusto de gerenciamento de identidades e acessos para garantir que apenas pessoas autorizadas possam acessar dados específicos.

Como fazer governança de dados: melhores práticas

Antes de fazer a governança propriamente dita, é muito importante definir primeiramente os objetivos dessa estrutura, bem como entender bem a atual realidade da sua organização. Afinal, sem o autoconhecimento e sem metas bem definidas, fica impossível seguir um planejamento que faça sentido, não é mesmo?

Também é importante realizar uma normatização do uso desses dados. Pode parecer básico, mas muitas empresas se esquecem de fazer isso. É imprescindível criar um padrão para esses dados; do contrário, pode haver uma confusão de resultados, o que pode gerar um grande problema para a sua organização.

Por fim, a última, mas não menos importante dica: quando falamos de armazenamento de dados em serviços de nuvem, é imprescindível conhecer os conceitos e os protocolos de segurança por trás do serviço onde os dados da sua organização serão guardados.

Por onde começar a implementar?

Existem alguns pontos críticos. São eles:

  1. Identifique quem é o titular das informações: Em primeiro lugar, é preciso saber quem possui as informações. Essa pessoa poderá criar as regras de controle e armazenamento, formular políticas e reportar os desempenhos ao seu superior.
  2. Saiba onde você está: Faça uma autoavaliação desse processo na sua empresa e determine onde você está antes de começar a fazer mudanças. Entenda o momento da empresa e o ambiente de trabalho, quais seus gargalos e o que deve ser mudado. Além disso, verifique quais são as tecnologias usadas e como as normas de controle funcionam neste momento. As mudanças terão maior impacto se antes tiver sido feito um diagnóstico.
  3. Defina sua estratégia: Esse é um ponto crítico, pois implica a criação de uma política de gestão de dados inteligente. Aqui, a empresa deve trabalhar de forma integrada, pensando em como tratará suas informações no futuro. Regras devem ser definidas, bem como as infraestruturas e ferramentas necessárias. Aqui, vale ressaltar uma questão importante: alguns dos grandes problemas da governança de dados nascem da falta de acompanhamento. Por isso, é importante definir também como será o processo de manutenção dessa estratégia.
  4. Treine seus colaboradores: Isso fará com que o uso dos dados seja sempre inteligente. Repasse as políticas internas da organização para todos e deixe claro quais as regras de segurança e de armazenamento informacional. Preze sempre pela transparência e integridade.

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