A Transformação Digital e as disrupções decorrentes são responsáveis por levar o setor financeiro a um processo de inovação e aproximação de seus clientes como nunca antes na história. Neste panorama, a análise de dados ocupa uma posição de privilégio dentre as tecnologias presentes por possuir uma gama de aplicações enorme. Aqui na nosso blog, já publicamos entrevistas exclusivas com Bernardo Carneiro, sócio-diretor da Stone, e João Del Valle, COO da Ebanx, sobre o tema.
“Fazer isso de fato é um grande diferencial. Seja para você atrair clientes, ofertar o serviço aos seus clientes… Isso é uma coisa que se tem que ter super forte na empresa. Tem muito espaço!” disse Del Valle sobre o potencial da Análise de Dados de aperfeiçoar o setor financeiro.
Carneiro exemplificou citando como o caso da própria Stone: “O objetivo é colocar tecnologia para aprimorar os processos de negócio e trabalhar com dados para tomar melhor a decisão desde uma decisão de crédito, expansão, o que priorizar na tecnologia…”
Ebanx e Stone são duas fintechs poderosas que estão mudando muito o cenário financeiro no Brasil. Certamente, se não fosse pela forma com que tratam os próprios dados, não estariam na posição de destaque que ocupam. O fato é que, cada vez mais, a análise inteligente das informações será essencial para o mercado.
DADOS NO MERCADO FINANCEIRO: OPEN BANKING
“O open banking será uma grande forma de diversificar o monopólio de dados que os bancos possuem hoje”, disse o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Na visão dele, este domínio representa a última grande barreira para a entrada de novos jogadores financeiros no sistema brasileiro.
O Open Banking se baseia no princípio de que o usuário/cliente é o dono de seus dados, histórico e informações, não o banco em questão. Parece algo meio simples, mas para ser concreto, depende muito de tecnologia: Somente com APIs (Interface de programação de aplicações) definidas e em comum que será possível levar as suas informações financeiras de uma a outra instituição com portabilidade simplificada.
Essa mudança pode, conforme corrobora o presidente do BC, aumentar muito as chances de empresas financeiras e fintechs atraírem novos clientes. Essas informações também podem originar novos serviços ou formatos e planos personalizados, diminuindo barreiras e refinando o setor no Brasil. Tudo com base num melhor uso dos dados em questão.
FINTECHS E O MERCADO EM MUDANÇA
Com o crescimento das fintechs e renovação do setor financeiro, empresas de outros segmentos também estão investindo na área. Alguns casos são:
- Em parceria com o banco Citi e a universidade de Stanford, a Google busca ofertar conta corrente a usuários
- O Goldman Sachs está em negociações com a Amazon para conceder empréstimos a pequenas empresas
- A Oi está conversando com dois parceiros para desenvolver uma solução de microcrédito
O fato é que a entrada de novos jogadores tende a melhorar os serviços e produtos ofertados. Um texto sobre o mercado de adquirência (máquininhas de cartão) escrito por Guilherme Felitti para o Manual do Usuário é muito poderoso para simbolizar isso: “Durante uma década, você tinha três máquinas disponíveis no mercado ao lado da sua casa. Agora, são seis e contando.”
O mercado de adquirência no Brasil foi dominado por Cielo e Rede durante anos. A visão inovadora que tiveram no passado e o fato de envolverem as principais instituições financeiras do setor público e privado garantiram essa posição. Só que foi esse próprio duopólio e uma atitude um tanto quanto prepotente que criaram uma oportunidade que foi usada por Uol (PagSeguro) e Stone para crescerem.
“As grandes deram de ombros no começo. Um dos diretores da Cielo chegou a me falar num almoço que o modelo não colaria já que as máquinas dão muito problema e precisam de manutenção constante” disse Felitti em seu texto.
E foi essa mudança de paradigmas que levou as gigantes a repensarem seu modelo de negócios e as fintechs a sempre buscarem a inovação. “É aí que aparece a primeira rachadura na armadura de Cielo e Rede. Pela primeira vez em tantos anos, elas não ditavam o que acontecia, mas seguiam o que os outros estavam fazendo”.
BUSCA CONSTANTE POR INOVAÇÃO
A maior fintech do mundo é a americana Stripe, cujo principal produto é um software que permite o processamento de negócios e pagamentos realizados online. Até ela sabe da necessidade continuar se reinventando. Apostou recentemente num cartão de crédito corporativo para pequenas empresas – negócio que deve chegar a movimentar 700 bilhões de dólares em 2022 – e empréstimos facilitados para negócios on-line.
Falando em cartão de crédito corporativo para empresas, esse é o foco da Brex, a fintech mais inovadora do mundo segundo a Fast Company. Para a revista, o diferencial se baseia em dar crédito com base em vendas no tempo real e não no histórico de crédito pessoal dos fundadores. A empresa, fundada por dois brasileiros no vale do Silício, recebeu a avaliação de 2,6 bilhões de dólares.
A Brex também não está esperando ser ameaçada pela concorrência para continuar conquistando espaços no mercado. Foi às compras e levou outras três startups, que são:
- Neji: Especializada na proteção de dados de clientes em várias implantações na nuvem.
- Compose Labs: Fornece vídeos de informação sobre codificação e tecnologia, além de ajudar a coletar dados e análises do cartão de crédito de comércio eletrônico
- Landria: Ajuda as empresas a organizar e gerenciar todas as suas ferramentas SaaS
Pode parecer, pelo que foi descrito até agora, que é só criar um fintech e esperar o dinheiro entrar. Obviamente, não é o caso. E a JP Morgan sabe disso.
A empresa decidiu por encerrar as atividades da Finn, fintech que havia criado no intuito de atrair usuários jovens – que preferem fazer transações por celular do que pela maneira tradicional. Porém, nunca conseguiu atrair a quantidade necessária de clientes para justificar a própria existência. Não durou nem um ano.
O ponto a ser aprendido é que a inovação deve ser um processo constante, mas não existe fórmula para isso. A vinda de novos clientes não pode ser o objetivo primário de nenhuma tecnologia que busca ser eficiente – especialmente no mercado.
A tecnologia e a inovação precisam ter um propósito relacionado a melhorar o mundo, diminuir atritos e facilitar processos. E quando se toca nesses três pontos, é inegável o poder da Análise de Dados como aliada. Aqui na BIX Tecnologia, possuímos cases muito interessantes de aplicações que conquistaram esses objetivos – para conhecê-los, entre em contato conosco!
Se quer continuar lendo mais sobre fintechs e análise de dados, continua aqui no nosso blog. Já fizemos posts sobre como a Análise de Dados está salvando os bancos e como a Inteligência de Negócios ou Business Intelligence pode ser aplicado para o setor financeiro.