Arquiteturas de dados: por que sua escolha define os resultados da sua empresa

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Evelyse Porto

Por Evelyse Porto

Jornalista, Analista de Marketing e apaixonada por uma boa narrativa.

A quantidade de dados gerados no mundo cresce em ritmo exponencial. Segundo o estudo Data Age 2025 (IDC e Seagate), a datasfera global deve atingir 175 zettabytes até o final de 2025, o que representa mais de cinco vezes o volume registrado em 2018. Esse crescimento transforma a forma como as empresas precisam capturar, armazenar e analisar informações.

É nesse contexto que surgem as arquiteturas de dados, conjunto de modelos, tecnologias e práticas que sustentam toda a jornada da informação dentro das organizações. Mais do que um tema técnico, escolher a arquitetura certa é uma decisão estratégica, que impacta desempenho, custo, segurança e agilidade na tomada de decisão.

Data Lake, Data Warehouse e Lakehouse representam três abordagens complementares, cada uma com pontos fortes e limitações específicas. Continue a leitura para entender como elas se diferenciam, quando cada uma faz mais sentido e como definir a melhor estrutura de dados para o seu negócio.

O que são arquiteturas de dados

Arquiteturas de dados são o conjunto de estruturas, tecnologias e processos que definem como uma empresa coleta, armazena, organiza e utiliza seus dados para gerar valor.

Elas funcionam como o alicerce de toda a estratégia de dados: conectam fontes de informação, estabelecem padrões de qualidade e garantem que diferentes áreas do negócio acessem dados consistentes e atualizados.

Uma boa arquitetura equilibra três pilares:

  • Governança: políticas e controles que asseguram segurança, integridade e conformidade.
  • Escalabilidade: capacidade de crescer e se adaptar ao aumento do volume e da complexidade dos dados.
  • Integração: conexão entre sistemas e ferramentas que evita silos e viabiliza análises completas.

Ou seja: a arquitetura de dados define como a informação circula dentro da empresa, do dado bruto ao insight estratégico.

Data Warehouse: estrutura e confiabilidade

O Data Warehouse é a arquitetura mais tradicional entre as três. Ele foi projetado para armazenar dados estruturados, vindos de sistemas transacionais, CRMs, ERPs e outras fontes corporativas, de forma organizada e consistente.

Seu grande diferencial está na confiabilidade e na performance. Os dados passam por processos de ETL (extração, transformação e carga) antes de serem armazenados, o que garante padronização, qualidade e aderência a regras de negócio. Isso torna o Data Warehouse ideal para relatórios gerenciais, análises históricas e soluções de Business Intelligence (BI).

Entre suas principais vantagens estão:

  • Precisão: dados tratados e validados antes da análise.
  • Desempenho: otimizado para consultas complexas e grande volume de transações.
  • Segurança e governança: controle rigoroso de acesso e versionamento.

Por outro lado, o modelo é menos flexível para dados não estruturados (como logs, imagens ou textos livres) e costuma ter custos maiores de manutenção e atualização.

Em empresas com alta maturidade em dados e foco em análises estratégicas, o Data Warehouse ainda é a base de decisões baseadas em evidências.

Data Lake: flexibilidade e escala

O Data Lake surgiu para responder a uma limitação dos modelos tradicionais: a necessidade de armazenar e explorar dados em qualquer formato, sem depender de um esquema pré-definido.

Ele funciona como um grande repositório central, capaz de guardar informações estruturadas, semiestruturadas e não estruturadas – desde planilhas e logs de sistemas até imagens, vídeos e dados de sensores IoT. O armazenamento é feito em baixo custo, normalmente em nuvem, e o dado só é processado quando é consultado (schema-on-read).

Entre suas principais vantagens estão:

  • Escalabilidade: cresce conforme o volume de dados aumenta, sem exigir grandes reconfigurações.
  • Custo reduzido: utiliza soluções de armazenamento mais baratas, como Amazon S3, Azure Data Lake ou Google Cloud Storage.
  • Versatilidade: ideal para ciência de dados, Machine Learning e análises exploratórias.

Por outro lado, a ausência de estrutura pode gerar o chamado “data swamp”, um lago de dados desorganizado e de baixa qualidade. Sem governança, catalogação e metadados bem definidos, o Data Lake pode se tornar difícil de usar e manter.

Quando bem implementado, no entanto, o Data Lake é a base da inovação orientada por dados, pois permite armazenar tudo o que pode ser útil para análises futuras, sem limitar o potencial de descoberta.

Data Lakehouse: integração e evolução

O Data Lakehouse é a evolução natural das arquiteturas de dados. Ele combina o melhor dos dois mundos: a flexibilidade e o baixo custo de um Data Lake com a confiabilidade e a estrutura de um Data Warehouse.

Na prática, o Lakehouse unifica dados brutos, processados e curados em uma única camada de armazenamento. Essa abordagem permite que times de Engenharia de Dados, Business Intelligence e Ciência de Dados trabalhem sobre o mesmo conjunto de informações, reduzindo redundâncias e simplificando pipelines.

Entre seus principais diferenciais estão:

  • Modelo unificado: elimina a necessidade de manter um Data Lake e um Data Warehouse separados.
  • ACID transactions: garante consistência e integridade nas operações, mesmo com múltiplos usuários.
  • Compatibilidade ampla: suporta desde consultas SQL tradicionais até fluxos de Machine Learning e streaming.
  • Governança integrada: inclui controle de versionamento, linhagem e gerenciamento de acessos.

O Lakehouse ainda é uma arquitetura relativamente nova, e sua implementação exige cuidado – especialmente na escolha da stack tecnológica e na definição de boas práticas de governança. Mas, quando bem estruturado, ele representa um avanço em eficiência e centralização, tornando os dados mais acessíveis, confiáveis e acionáveis.

Qual das arquiteturas de dados escolher?

Não existe uma arquitetura de dados “melhor”, mas sim a mais adequada ao momento, à maturidade e aos objetivos de cada empresa. A escolha depende de quais perguntas o negócio precisa responder e como os dados serão usados para isso. Pensando nisso, trouxemos alguns critérios que ajudam a orientar essa decisão:

1. Tipo e volume de dados

Se a empresa trabalha majoritariamente com dados estruturados e históricos, um Data Warehouse tende a atender bem. Quando o foco é capturar e armazenar dados brutos, não estruturados ou de alta variedade, o Data Lake é mais indicado. Por fim, para quem precisa unificar ambos, explorando dados em tempo real sem perder governança, o Data Lakehouse é o caminho mais eficiente.

2. Maturidade analítica

Empresas que estão começando sua jornada de dados podem optar por soluções mais simples e evoluir conforme os resultados aparecem. Negócios com times de Engenharia e Ciência de Dados maduros podem avançar para arquiteturas híbridas ou unificadas, que suportam análises avançadas e Machine Learning.

3. Custos e governança

Modelos baseados em Data Lake oferecem custo menor de armazenamento, mas exigem mais esforço de catalogação e qualidade. Data Warehouses são mais caros, mas entregam padronização e confiabilidade imediatas. O Lakehouse, por sua vez, busca equilibrar custo e governança, reduzindo redundâncias e simplificando manutenção.

4. Integração com o ecossistema

A arquitetura escolhida precisa se integrar às ferramentas já existentes — seja para ingestão, modelagem, visualização ou ML. A decisão deve levar em conta não só o custo da tecnologia, mas também a compatibilidade com a infraestrutura atual e com o roadmap de evolução da empresa.

Em resumo: a escolha de uma das arquiteturas de dados é menos sobre tecnologia e mais sobre estratégia. O que define o sucesso é o quanto ela consegue sustentar a agilidade, a segurança e o potencial analítico do negócio.

Tendências e futuro das arquiteturas de dados

O avanço das arquiteturas de dados está diretamente ligado à busca por integração, automação e inteligência em tempo real. As empresas mais maduras já estão evoluindo de estruturas isoladas para ecossistemas conectados e autogerenciáveis. Entre as principais tendências estão:

Arquiteturas unificadas e interoperáveis

A fragmentação entre Data Lake, Warehouse e Lakehouse tende a diminuir. As plataformas modernas estão convergindo para modelos unificados, baseados em camadas interoperáveis, que permitem que diferentes tecnologias coexistam sem perda de desempenho.

Governança orientada por IA

A aplicação de Inteligência Artificial no gerenciamento de dados deve crescer significativamente. Ferramentas de data observability e AI-driven governance vão automatizar tarefas como catalogação, detecção de anomalias e controle de qualidade.

Processamento em tempo real

Com o aumento da demanda por decisões instantâneas, cresce a adoção de arquiteturas voltadas para streaming e processamento contínuo. Isso viabiliza análises preditivas e ações automatizadas com base em eventos, sem depender de cargas noturnas de dados.

Open formats e redução do vendor lock-in

Organizações estão priorizando formatos abertos, como Parquet e Delta, para reduzir dependência de fornecedores e manter a flexibilidade na evolução da stack.

O futuro das arquiteturas de dados é cada vez mais híbrido, automatizado e orientado a valor. As empresas que conseguirem combinar governança sólida com flexibilidade tecnológica estarão um passo à frente na transformação digital.

Conte com arquiteturas de dados preparadas para o futuro

A base de uma estratégia de dados eficiente começa pela arquitetura certa. Mais do que escolher entre Data Lake, Data Warehouse ou Lakehouse, o desafio está em construir uma estrutura que conecte tecnologia, governança e propósito de negócio.

Na BIX Tecnologia, ajudamos empresas a definir, implementar e evoluir suas arquiteturas de dados, sempre com foco em escalabilidade, segurança e resultados reais.

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